sábado, 19 de julho de 2014

ADEUS, RUBEM...

   Queria que se tratasse de uma mentira. Mas não é... É sempre triste dizer "adeus" a quem nunca queremos dizer nem ao menos um "tchau".
Rubem era meu amigo, embora ele nem soubesse da minha humilde existência. O conheci numa noite do dia 14 de setembro de 2006 em uma livraria e o trouxe para conhecer minha casa. Eu dei você a mim de presente justamente poucas horas antes do seu aniversário! Desde então, Rubem dialogava comigo através da sua fala escrita ou verbalizada.
   Estou perdendo hoje um amigo escritor. E justo neste mês de julho, onde comemoramos o Dia do Amigo e o Dia do Escritor. Aliás, vinha esperando com ansiedade esta última data para homenageá-lo. Farei a homenagem assim mesmo. Mesmo que ele não possa saber e que outros possam me chamar de oportunista. Não ligo. Em meio a esta dor não ouvirei  insulto, elogio ou qualquer outra coisa que me digam. Só escutarei a voz sábia de Rubem, que quando falava, a minha se calava. 
  Quando eu nem pensava em escrever, o que quer que fosse, Rubem já era Rubem. Eu fui um dos seus últimos amigos que ele fez, mas aproveitei ao máximo a sua doce e poética companhia. Ele sempre tinha algo a ensinar e eu, disposição para aprender.
  No fundo a gente sabe que essa hora vai chegar, mas fingimos que não. Ah Rubem, como sentirei saudades de você, cara! Você estava na minha lista dos melhores e ninguém vai conseguir te tirar deste seu lugar. Suas palavras eram tão suas e, ao mesmo tempo, tão minhas. Mesmo que algumas delas tenham sido ditas antes da minha chegada a este mundo do qual você se despede.
   Você escreveu tantos livros, mas eu vou sempre amar com o mesmo amor aquele intitulado Se eu pudesse viver minha vida novamente...  Quanta genialidade! Quanta simplicidade! Sempre que o relia sentia uma admiração a mais por ti. E não faz muito tempo que fiz isso pela última vez. Mês passado, para ser mais exato. Rubem, desculpa o palavrão, mas você era  f***! E é desta forma meio feia que termino este texto que não tem fim, porque a saudade que já sinto de ti não terá também um final.



                    Brasilino Júnnior, 19 de julho de 2014, 08: 31 pm






"Uma vez escrevi uma crônica sobre um amigo muito querido que morrera. Muitas pessoas ficaram tristes comigo pela morte do meu amigo. Mas uma delas me disse: 'Choro, não pela morte do seu amigo. Choro porque sei que não chorarei como você chorou pela morte de nenhum dos meus amigos...' "
                                                    (Rubem Alves)

2 comentários: