sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

UMA ENCICLOPÉDIA CHAMADA NILTON SANTOS

   Como cresci lendo a Revista Placar, acabei me familiarizando com os grandes nomes e imagens dos jogadores de futebol do Brasil e do mundo. Tantos os atuais quanto os que já haviam encerrado as suas brilhantes carreiras. Me fascinava ler as histórias de vida de cada cara, que quando se vestiam de craques nos gramados, eram aclamados e respeitados por torcedores, inclusive os rivais.
   Muitos deles, que fizeram parte das seleções campeãs de 58, 62 e 70, recebiam até apelidos por seus feitos. E isso me chamava a atenção, pois estes apelidos me lembravam títulos de filmes, livros...
Amarildo era O Possesso. Pelé, O Rei do Futebol. Garrincha, O Anjo de Pernas Tortas ou A Alegria do Povo. Jairzinho, O Furacão da Copa (de 70). Zico, O Galinho de Quintino. E Nilton Santos, A Enciclopédia do Futebol. Este, era um dos que me chamavam mais a atenção. Como um lateral-esquerdo poderia receber uma perífrase tão interessante? Anos depois, quando passei a ler mais sobre ele em particular e a assistir suas entrevistas é que fui entender o porquê da "Enciclopédia". Era por causa da sua inteligência que constantemente era usada nas jogadas, muitas vezes, para desconsertar o adversário.
   Apaixonado pelo carioca Botafogo, time da Estrela Solitária, a ponto de dedicar todo o seu talento por dezessete anos, demonstrava seu amor em campo e em palavras: " Assinei três contratos em branco, no auge da minha carreira. Era uma prova de amor. Faria tudo de novo. Tudo o que sou devo ao Botafogo. Só vesti duas camisas na vida: a do Botafogo e da Seleção Brasileira." 
   Das histórias de sua época de jogador, as mais marcantes, pra mim, são a da sua influência na contratação de Garrincha e daquela lance antológico, em que ele deu dois passos para fora da área, evitando o juiz de marcar um pênalti contra a Espanha.
  Esse tipo de amor, raríssimo em dias atuais, que se recusa a vestir outro uniforme por uns trocados a mais, vai fazer falta daqui pra diante com sua morte.





"Tu, em campo, 
parecias tantos,
e no entanto,
que encanto! 
Eras um só,
Nilton Santos."

(Armando Nogueira)



Brasilino Júnnior, 28 de novembro de 2013.

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