Muitos deles, que fizeram parte das seleções campeãs de 58, 62 e 70, recebiam até apelidos por seus feitos. E isso me chamava a atenção, pois estes apelidos me lembravam títulos de filmes, livros...
Amarildo era O Possesso. Pelé, O Rei do Futebol. Garrincha, O Anjo de Pernas Tortas ou A Alegria do Povo. Jairzinho, O Furacão da Copa (de 70). Zico, O Galinho de Quintino. E Nilton Santos, A Enciclopédia do Futebol. Este, era um dos que me chamavam mais a atenção. Como um lateral-esquerdo poderia receber uma perífrase tão interessante? Anos depois, quando passei a ler mais sobre ele em particular e a assistir suas entrevistas é que fui entender o porquê da "Enciclopédia". Era por causa da sua inteligência que constantemente era usada nas jogadas, muitas vezes, para desconsertar o adversário.
Apaixonado pelo carioca Botafogo, time da Estrela Solitária, a ponto de dedicar todo o seu talento por dezessete anos, demonstrava seu amor em campo e em palavras: " Assinei três contratos em branco, no auge da minha carreira. Era uma prova de amor. Faria tudo de novo. Tudo o que sou devo ao Botafogo. Só vesti duas camisas na vida: a do Botafogo e da Seleção Brasileira."
Das histórias de sua época de jogador, as mais marcantes, pra mim, são a da sua influência na contratação de Garrincha e daquela lance antológico, em que ele deu dois passos para fora da área, evitando o juiz de marcar um pênalti contra a Espanha.
Esse tipo de amor, raríssimo em dias atuais, que se recusa a vestir outro uniforme por uns trocados a mais, vai fazer falta daqui pra diante com sua morte.
"Tu, em campo,
parecias tantos,
e no entanto,
que encanto!
Eras um só,
Nilton Santos."
(Armando Nogueira)
Brasilino Júnnior, 28 de novembro de 2013.
"Interessante. Eu gostei." (Erika Lina, Paraíba do Sul-RJ, via Facebook)
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