Mais um aniversário seu chegou. E quanto mais você
amadurece, mais me sinto velho. Não que eu tenha medo da velhice. Apenas medo
de chegar nela sem aproveitar datas e festas como a sua.
Mais um aniversário chega. E parece-me que só nestas
horas, queremos falar realmente tudo o que sentimos pela “aniversariada”! E eu
tô aqui procurando não as melhores do dicionário, aquelas rebuscadas, difíceis
de engolir, de tão estranho que é o sabor delas que ficam na boca quando
pronunciamos.
Busco hoje aquelas que sempre busquei. As que fazem parte
do meu vocabulário e chegam direitinho, como eu quero, no coração do
destinatário. O fato é que eu sou péssimo para falar, às vezes um simples “-Eu
te amo!” não sai e aparento ser como a maioria dos mortais. Que escondem seus
sentimentos bonitos por achar que sendo assim, serão tachados de ridículos.
Falando de bonito, lembrei-me agora do seu nome. Eu era
criança, mas me recordo vagamente da minha mãe, criando ele num papel, para a
primeira neta dela que acabava de vir ao mundo.
Poucas pessoas te chamam por Tainnádilla, incluindo eu.
Deixando ele mais vivo num documento formal do que no ar. Mas Taty, como a
maioria te chama, também resume bem quem é você. Embora você o escreva com T e
H, eu prefiro ele natural. E foi com um “Assinado Thaty Borges ” no final, que recebi
uma mensagem sua há quatro anos atrás me chamando de tio. Acho que foi a única
vez! Mas isso nunca me incomodou. O que me incomoda mesmo é deixar passar em
branco um dia tão especial também pra mim. Até te falei uma vez que o dia 10 de
dezembro deveria ser o Dia Nacional dos Tios, porque foi nesta data que me
tornei um, com apenas sete anos de idade, embora eu só tenha descoberto isso
anos após e sozinho, sem ninguém me explicar. E também para dar mais
credibilidade a um tio, que nunca é lembrado em momento algum, como pai, mãe,
irmão, primo, sogra. Acho que tenho feito minha parte durante estes anos. De
uma forma ou de outra venho sempre te felicitando, não por obrigação familiar,
mas do jeito que tem que ser mesmo, por amor. Afinal, estamos nesse mundo por causa
dele, não é mesmo?
Poderia ficar aqui relembrando muitos momentos bons que
tivemos, como quando eu era o responsável por te levar e buscar na escola todos
os dias. Ou das vezes que te ensinava a andar de bicicleta. Ou também daquele
dia que você arrancou lágrimas do meu rosto, quando te vi cantando na igreja
pela primeira vez (com seu irmão na bateria).
Confesso que não sei qual será sua reação ao terminar de
ler isso, mesmo te conhecendo bem. Peço
desculpas se não gostar, achando que não “mandei bem.” Só queria te parabenizar
de um jeito diferente. Queria fugir das palavras clichês que surgem em
aniversários. E que costumamos ouvir de muitas pessoas.
Me despeço desejando estar aqui com você por muitos anos,
em outros meses e outros dias. Não só no dez de dezembro. Se Deus quiser, teremos
muitas datas destas para comemorar…
Autor: “Tio” Brasilino Júnnior, 10 de dezembro de 2012,
escrito em quarenta minutos.
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