Ela me procurou
esta manhã para conversar. Daquelas conversas que não se marcam hora, dia ou
lugar. Eu a princípio, não entendi porque fui o escolhido, já que nos
conhecemos tão pouco e há pouco tempo.
Mas, há
quatro dias, após ouvir uma recitação minha de um poema de minha autoria sobre
a amizade, eu lembro bem de suas palavras: ”-Era disso que eu precisava ouvir agora, obrigada!” Eu fiquei feliz pela minha poesia tê-la consolado,
mesmo não sabendo o que ela sentia naquele momento. Apesar da minha
curiosidade, não quis perguntar qual dos 41 versos dialogou com ela... Talvez,
ela resolveu me procurar por causa
disso. Ou então porque ela me disse outra vez, numa das nossas primeiras conversas:
“-Parece que eu te contei todo o meu
problema ou você me conhece há anos, porque você falou exatamente tudo o que eu
estou sentindo agora!”
No nosso
diálogo de hoje, eu tive que perguntar a razão do seu sofrimento, porque de
cara percebi que era sério. Sua voz rouca estava diferente e seu olhar era de
quem acabara de chorar. Mesmo não sabendo o motivo pelo qual ela mirou em mim
para desabafar, eu acho que ela não se arrependeu de sua decisão.
Na
verdade, eu não sei se sou a pessoa mais indicada para isso, mas procuro fazer bem
o “meu papel”. Que não é de usar
citações extraídas de livros de autoajuda, mas sim de ser sincero comigo mesmo
e com quem está do meu lado.
Não é a
primeira vez que solicitam minha presença em situações como essa. Apesar de não
ser um graduado em assuntos emocionais, tenho um “consultório” bem elogiado,
pois os “pacientes” sempre retornam.
Texto de Brasilino Júnnior, escrito em Pedreiras-MA,
28 de dezembro de 2012.
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