segunda-feira, 17 de junho de 2013

SOLITUDE

                                                        


Com os olhos fixos no céu por algum tempo, minha visão escureceu quando voltei meu olhar para dentro de casa. Costumava fazer isso antigamente. Atualmente, pouca coisa ficou. Os anos passaram e levaram muito do que eu era: Eu não usava óculos; os pequenos cachos enrustidos deram lugar a tranças grandes. Era comum um boné na cabeça. Hoje sou mais adepto dos gorros. Ainda gosto de ler e escrever e ouvir música, além de procurar desenhos nas nuvens. Muitos dos meus K7's estão dando vida a poeiras dentro de alguma caixa esquecida. Acredito que leio menos do que antes e minha caligrafia mudou freqüentemente. Nunca mais recebi uma carta destinada a mim. Os meios de comunicação mudaram. No entanto, os erros de português eram autênticos, diferentemente de hoje, em que escrever errado, propositalmente, é quase uma lei. Outorgada por alguém que desconheço e por um motivo que ignoro. Independente disso, tenho muitos contatos (perfis em redes sociais e números na agenda telefônica), mas poucos contatos (comunicação). Eu deveria sentir-me menos solitário agora do que quando eu tinha apenas 9 anos.




Texto: Brasilino Júnnior.
São Luís, 15,16/06/13.