Conheci ela numa festa de Halloween que não fui. Ela estava na fila de entrada e eu passeava pela calçada, numa bicicleta emprestada. Consegui seu nome e telefone naquela mesma noite, mas acho que só entrei em contato dias depois.
Depois de um mês, já estávamos devidamente apresentados um ao outro, mas parecia que não tínhamos nada em comum. Para mim, ela era apenas mais uma chata que conhecera, daquelas bem patricinhas que têm tudo em casa e nada na cabeça: de pernas pro ar, enquanto a doméstica tira o pó do sofá! Para ela, eu era um cara sério, que não suportava brincadeiras, tipo um velho carrancudo, sempre entediado e reclamão em tempo integral.
Com o passar dos dias, ambos perceberam que a primeira impressão não é a que fica. Tínhamos mais coisas em comum do que podíamos imaginar: músicas, bandas, compositores, estilos musicais, citações, literatura, artes plásticas, etc. A cada encontro, a cada conversa, um gelo era quebrado, e um aprendia com o outro. Eu me impressionava com sua forma de ver o mundo. Além de ser uma menina batalhadora e de mãos trabalhadoras, era uma desenhista de mão cheia. Fora o fato de ter um amor maternal por seus bichos de estimação: Xandy, o cachorro e Hayley, a gata.
Aliás, como ela pôde se render à antiga cantada "A gatinha tem telefone?" Essa é mais velha que eu e nunca tinha experimentado com nenhuma outra garota. Falei apenas para fazer uma piada. Já esperava ela me chamar de ridículo, mas para minha surpresa, ela achou engraçado ouvir aquilo de alguém que para ela tem um "jeitinho intelectual".
Bem, outubro acabou, novembro passou e hoje já faz um mês do último Natal. Mas é cedo ainda para qualquer especulação, seja ela positiva ou não. Mas tenho na memória, na pasta onde guardo as lembranças agradáveis, uma conversa ao telefone uma noite antes dela viajar, um passeio pelas praias ludovicenses (que ainda não aconteceu), um presente seu (um desenho que ela ainda não criou, segundo ela "A inspiração ainda não chegou.") e um abraço que ela me pediu...
Se for realmente relevante e marcante os próximos instantes, será para o papel e minha caneta, interessante.
São Luís-MA, 25 de janeiro de 2011-12:45 pm