sábado, 15 de outubro de 2011

MEU LADO CRIANÇA, MEU LADO POETA

Outubro é o mês que se comemora o Dia da Criança (dia 12) e o Dia do Poeta (dia 20). E eu, como poeta que sou e criança que fui, percebi que esses dois distintos personagens nunca irão deixar de existir em mim. Pelo menos, enquanto eu existir...
Meu lado criança me diz para eu andar de bicicleta sem lugar certo para ir. Meu lado poeta me diz para eu ir até a um determinado local e ali ficar por um bom tempo, vendo as crianças passearem em suas bikes.
Meu lado criança me ordena para eu brincar sem ter hora para acabar. Enquanto meu lado poeta sugere-me que eu escreva até o dia acabar. Não importa para quem ou sobre o quê!
Meu lado criança me fala que posso ficar descalço e jogar futebol na rua debaixo de um sol escaldante, até o dia escurecer. Já o meu lado poeta me leva até à praia e me deixa contemplar as ondas vindo ao meu encontro, admirado com o sol se pondo, com os pés na areia!
Ah, esses dois! Tão próximos e tão distantes. Às vezes surgem quando não deveriam. Quando estou criança, o poeta me aparece com uma inspiração de última hora. Então, lá vou eu escrever para aquele poema não se perder. Quando estou poeta, a criança me surge, atendendo ao pedido dos amigos para brincar de empinar pipa.
Me permito ser criança às vezes, porque posso chorar sem se sentir constrangido, rir sem chegar ao ponto de ser ridículo. Posso sonhar com um brinquedo que nunca tive, posso desejar o colo dos meus pais como outrora.
Me permito ser poeta às vezes porque posso consolar com meus versos quem está longe dos pais, nas ruas, nos sinais, sem brinquedo, posso criticar o ridículo da vida e enaltecer o que é bonito. Posso desabafar meus sentimentos e pensamentos no papel.



"Eu sou peço a Deus um pouco de malandragem.
Pois, sou criança e não conheço a verdade.
Eu sou um poeta e não aprendi a amar!" (Cazuza/Frejat) 



13 de outubro de 2011-São Luís-MA